sábado, junho 16, 2007

Feminilidade

Ultimamente meu interesse pela Psicanálise redespertou e ando lendo um bocado de coisas. O Brasil tem alguns psicanalistas bastante famosos como o Jurandir Freire Costa e o Joel Birman, além do Calligaris que escreve pra Folha e que, a pesar de não se brasileiro, é como se fosse.
Bom, tenho agora na pratileira um livro do Birman chamado "Mal-estat na atualidade", composto de uma série de ensaios sobre a pós-modernidade e a Psicanálise. Acabo de ler um chamado "A Sustentável Levesa do Analista" onde discute o conceito de feminilidade de um jeito que não tinha visto até então.
Para ele a feminilidade não tem nada a ver com ser sensual ou qualquer coisa desse tipo. Tem sim a ver com a impotência. Mas como assim? Bom, para a Psicanálise a importância do falo é incontestável mas o que é o falo senão o poder, a capacidade de agir sobre o meio, o controle? O feminino é constitutivamente destituído do falo só o conseguindo por meio indireto pela sedução do homem ou pela maternidade. A feminilidade, portanto, é caracterizada pela total destituição de poder. É dessa feminilidade que todos fugimos; afinal como nos sentimos quando não estamos com o controle da situação? Que sensação experimentamos quando nos vemos impossibilitados de impor nossas vontades? Essa feminilidade causa ojeriza mesmos nas mulheres, em sua luta constante pela aquisição de novos espaços, ou mesmo em movimentos de "redescoberta do poder feminino". Isso me lembra a capa de um livro que vi esses dias: "Pense como Homem e conquiste os Seu."