segunda-feira, abril 25, 2005

Basílio, Fromm and The Art of Loving

Nesse domingo último eu terminei de ler O Primo Basílio depois de uma enrolação de um mês e curiosamente também terminei um livrinho que eu comprei no sábado chamado A Arte de Amar de Erich Fromm. Digo curiosamente porque os dois meio que falam da mesma coisa. Em OPB, o senhor Queiroz faz toda uma crítica dos costumes burgueses lisboetas vitorianos, blá blá blá mas uma coisa que chama a atenção são as relações amorosas dos personagens - bem distintas. Long story short, Luisa é uma burguesinha bem casada que trepa com o primo, namorado de infância, na ausência do marido. Básico. Os personagens que chamam mais a atenção, quando falando de relações amorosas, são Luísa, Basílio, Jorge (o corno) e Sebastião (o amigo-bicha enrrustida). Voltarei a eles em breve. Em A Arte de Amar, Erich Fromm (psicanalista) além de mostrar um ou dois erros de Freud descreve o que seria o Amor, ou os amores como preferirem. Fala do amor materno, paterno, fraterno, erótico, de Deus e próprio (narcísico). Uma outra hora eu falo mais do livro. O que interessa agora pra mim é o amor e as personagens de OPB. Luísa espera de Jorge o que Fromm chama de Amor Paterno, ela tem que comprar o amor do marido agradando-o e sente um puta medo quando percebe que pode perdê-lo pela puladinha de cerca que dá. De Basílio sente realmente o amor erótico, uma ânsia pela reunião num só corpo do que antes foi separado, um lance mais carnal, liga? O amor de Basílio é mais neurótico. No amor erótico não há realmente amor e quando percebe-se que não há realmente ligação além da foda com o parceiro a relação se desgasta. É o que acontece com nossa Luisinha. Sebastião tem o amor fraterno por ambos Luísa e Jorge. Ama-os como semelhantes e lhes é fiel. O caso Sebastião levaria mais tempo para falar, então vou deixar pra lá. No fim das contas Jorge é o único que, me parece, realmente ama aqui. Ele tem Fé no amor de Luisa, mesmo depois de saber que é corno, o que me deixou realmente surpreso no final. Realmente pensei que ele ia matar a safada como aparecia no romance do Ernestinho. Well, whatever...

1 Pitaco:

Anonymous Anônimo disse...

É incrivel como alguns conceitos (surubas, chifres, amores utópicos e bobos apaixonados) atravessam gerações e continuam tão atuais e tão intensos. A música Amor e Sexo de rita Lee e Arnaldo jabor resume muito bem tudo o que vc escreveu acima, Ed. Regards,

abril 26, 2005 12:26 PM  

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